Neste fragmento de um texto de Empedocles, há elementos que denotam ruptura em relação ao pensamento mítico.Identifiquem-os.
"Essa [luta das duas forças] é manifesta na massa dos membros humanos: às vezes, unem-se pelo amor todos os membros que atingiram a corporeidade, na culminância da vida florescente; outras, divididos pela cruel força da discórdia, erram separados nas margens da vida. Assim também com as árvores e peixes das águas, com os animais selvagens das montanhas e os pássaros mergulhões levados por suas asas." (G. Bornheim. Os filósofos pré-socráticos. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1977, p. 70.)
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Eu diria que o Dennis respondeu bem, a idéia que o pensador passa é a de que intenta explicar a natureza das coisas todas em contraponto ao pensamento mítico.
O fragmento do texto pode ser adaptado para algo como se em 1400 alguém escrevesse:
"Essa [luta das duas forças] é manifesta na massa dos membros humanos: às vezes, unem-se pelo amor todos os membros que atingiram a ...espiritualidade...., na culminância da vida florescente; outras, divididos pela cruel força da discórdia, erram separados nas margens da vida." referindo-se ao fato de que existem no ser humano tanto o bem quanto o mal, o que claramente se oporia às idéias misticistas ou seja, ele estaria defendendo a igreja ao citar uma frase assim.
E completaria o nosso ... filósofo medieval:
"E assim ... não ... com as árvores e peixes das águas, com os animais selvagens das montanhas e os pássaros mergulhões levvados por suas asas."
Claramente a pessoa defende que os humanos descendem de uma entidade maior, e se distinguem dos vegetais e animais, ou seja, defende a ruptura com os valores do evolucionismo (o homem e o macaco não são um mesmo tipo de ser).
Acho que é isso. O texto todo defende a idéia de que somos, nós humanos, uma disputa entre duas forças poderosas e isso foge completamente às idéias míticas da época, onde deuses eram os seres humanos eles próprios.
Parece que ele está procurando encontrar os conflitos da natureza nos elementos cruéis e antagonistas da própria existência, e não nos conflitos dos deuses da mitologia.