De acordo com a classificação lingüística, os povos indígenas do Brasil se dividiam nos grupos tupi (ou tupi-guarani), jê, caraíba e aruaque, além de grupos menores, como podemos ver no mapa acima. Diversos grupos indígenas ainda vivem hoje de forma parecida à que se vivia na época do “descobrimento" da América. Outros fazem esforços para preservar suas tradições e manter suas terras.
Os povos indígenas estão espalhados por todo território. A maioria vive em terras indígenas, ou seja, terras de uso exclusivo dos índios, demarcadas e reconhecidas pelo governo federal. De acordo com a Constituição de 1988, os índios têm o direito de viver nas terras que tradicionalmente ocuparam. Além disso, garante-se aos índios a posse permanente e o uso exclusivo das riquezas do solo, dos rios, e dos lagos neles existentes.
Muitas terras indígenas estão localizadas em áreas ricas em recursos naturais, como madeiras e minérios, despertando o interesse dos não índios. As invasões às terras indígenas e a exploração de seus recursos por não índios têm sido causa de inúmeros conflitos, muitas vezes resultando em mortes.
Antes da chegada dos portugueses, os povos indígenas do Brasil viviam em aldeias, consumiam para sobrevivência, ou seja, não acumulavam excedentes, havia trocas comerciais sem utilizavam de moedas, os bens eram coletivos e não havia diferenças sociais.
Os primeiros contatos dos europeus com os índios brasileiros foram feitos com os tupis, que habitavam toda a costa atlântica. As aldeias tupis localizavam-se em áreas bem servidas de água, madeira e caça. Cada aldeia tinha uma população que variava de 500 a 3 mil pessoas, distribuída em quatro a oito habitações. Cada moradia tinha um líder, chamado principal. As relações entre as aldeias variavam de tempos em tempos: os aliados de hoje podiam ser os inimigos de amanhã. Os povos não tupis eram chamados de tapuias.
Os povos indígenas eram guerreiros. Frenquentemente, as batalhas eram provocadas por rivalidades entre tribos, muitas vezes decorrentes de eventos ocorridos em gerações ancestrais. Antes e depois das principais batalhas, celebravam-se cerimônias, nas quais os guerreiros tatuavam várias partes do corpo. Nessas cerimônias, eles consumiam substâncias alucinógenas e invocavam os espíritos. O objetivo das guerras era capturar prisioneiros para vingar os antepassados, e não exterminar os povos inimigos ou ocupar territórios.
Atualmente, a população de Ãndios brasileiros, agora denominados povos da floresta, está reduzida a menos de 200 mil indivÃduos, a maior parte desenraizada e sem identidade cultural.
Answers & Comments
Verified answer
De acordo com a classificação lingüística, os povos indígenas do Brasil se dividiam nos grupos tupi (ou tupi-guarani), jê, caraíba e aruaque, além de grupos menores, como podemos ver no mapa acima. Diversos grupos indígenas ainda vivem hoje de forma parecida à que se vivia na época do “descobrimento" da América. Outros fazem esforços para preservar suas tradições e manter suas terras.
Os povos indígenas estão espalhados por todo território. A maioria vive em terras indígenas, ou seja, terras de uso exclusivo dos índios, demarcadas e reconhecidas pelo governo federal. De acordo com a Constituição de 1988, os índios têm o direito de viver nas terras que tradicionalmente ocuparam. Além disso, garante-se aos índios a posse permanente e o uso exclusivo das riquezas do solo, dos rios, e dos lagos neles existentes.
Muitas terras indígenas estão localizadas em áreas ricas em recursos naturais, como madeiras e minérios, despertando o interesse dos não índios. As invasões às terras indígenas e a exploração de seus recursos por não índios têm sido causa de inúmeros conflitos, muitas vezes resultando em mortes.
Antes da chegada dos portugueses, os povos indígenas do Brasil viviam em aldeias, consumiam para sobrevivência, ou seja, não acumulavam excedentes, havia trocas comerciais sem utilizavam de moedas, os bens eram coletivos e não havia diferenças sociais.
Os primeiros contatos dos europeus com os índios brasileiros foram feitos com os tupis, que habitavam toda a costa atlântica. As aldeias tupis localizavam-se em áreas bem servidas de água, madeira e caça. Cada aldeia tinha uma população que variava de 500 a 3 mil pessoas, distribuída em quatro a oito habitações. Cada moradia tinha um líder, chamado principal. As relações entre as aldeias variavam de tempos em tempos: os aliados de hoje podiam ser os inimigos de amanhã. Os povos não tupis eram chamados de tapuias.
Os povos indígenas eram guerreiros. Frenquentemente, as batalhas eram provocadas por rivalidades entre tribos, muitas vezes decorrentes de eventos ocorridos em gerações ancestrais. Antes e depois das principais batalhas, celebravam-se cerimônias, nas quais os guerreiros tatuavam várias partes do corpo. Nessas cerimônias, eles consumiam substâncias alucinógenas e invocavam os espíritos. O objetivo das guerras era capturar prisioneiros para vingar os antepassados, e não exterminar os povos inimigos ou ocupar territórios.
As Populações IndÃgenas do Brasil
No caso da América lusa, a população amerÃndia era de aproximadamente 5 milhões de indivÃduos, espalhados pelo imenso território brasileiro e que, num primeiro momento, não ofereceu grande resistência ao colonizador europeu.A catequese, realizada principalmente nas missões, reduziu os indÃgenas ao cristianismo.
Classificação
A primeira classificação dos indÃgenas foi feita pelos jesuÃtas, baseada na lÃngua e na localização. Os que habitavam o litoral (os tupis), foram chamados de Ãndios de lÃngua geral e os que viviam no interior (tapuias), de Ãndios de lÃngua travada. No século XIX, o estudioso alemão Karl von den Steinen, apresentou a primeira classificação cientÃfica dos indÃgenas brasileiros, dividindo-os em quatro grandes grupos básicos ou nações: tupis-guaranis, jês ou tapuias, nuaruaques ou maipurés e caraÃbas ou caribas e quatro grupos menores: goitacás, panos, miranhas e guaicurus.
A organização dos povos indÃgenas do Brasil
O estágio de desenvolvimento cultural do indÃgena brasileiro era atrasado, não apenas em relação ao branco europeu, como em relação a outros povos pré-colombianos mais avança-dos, como os incas e os astecas. Mesmo entre os Ãndios brasileiros, não há homogeneidade, por suas variadas culturas e nações.Os brasilÃndios tinham como organização básica a aldeia ou a taba, formadas pelas ocas ou malocas, dispostas em cÃrculos, onde viviam as famÃlias. O governo era exercido por um conselho - nheengaba -, formado pelos mais velhos, e só em época de guerra escolhiam um chefe, o cacique ou morubixaba. Além de praticar a caça, a pesca, a coleta de frutos e raÃzes, desenvolviam ainda a agricultura de subsistência, com o cultivo da mandioca, do milho e do tabaco, valendo-se para isso de técnicas rudimentares, como a queimada ou coivara. Os casamentos eram endogâmicos, isto é, entre pretendentes de uma mesma tribo; a sucessão se dava pela linha paterna e a poligamia era permitida, embora pouco freqüente. A mulher, mera procriadora, tinha um papel secundário, mesmo na divisão de trabalho, em que cuidava das plantações, da coleta de frutos, do preparo dos alimentos, e por fim, das crianças. Eram politeÃstas e animistas, vinculando suas divindades à natureza, e mesmo a prática da antropofagia tinha um caráter ritual. Utilitaristas, produziam utensÃlios de cerâmica, de madeira e de palha, sempre para o uso cotidiano.
O avanço da colonização e a resistência
Os primeiros contatos entre portugueses e indÃgenas podem ser considerados amistosos. Aos Ãndios, atribuiu-se o espÃrito de colaboração quando do extrativismo do pau-brasil e de docilidade diante da ação conversora dos jesuÃtas. Sua belicosidade ficava por conta das guerras que travavam entre si, na defesa de territórios da tribo ou nas primeiras guerras que os portugueses moveram contra invasores estrangeiros. Caso das lutas contra a França Antártica, quando os portugueses foram apoiados pelos temiminós para derrotar os franceses, aliados dos tamoios.A partir de meados do século XVI, ficava claro que o branco português representava a colonização e era, portanto, o verdadeiro inimigo. A ação dos religiosos, em especial nos grandes aldeamentos (missões), era a distribalização. Já a ação do colono nada mais era do que a expropriação territorial e a escravidão. Para o europeu, o Ãndio tinha significados diferentes: para o jesuÃta, era um meio de propagação da fé e de fortalecimento da Igreja Católica; para o colono, ele era a terra e o trabalhador: livre, no extrativismo da Amazônia ou na pecuária, e escravo, nas regiões mais pobres ou nos engenhos, quando se obstruÃa o tráfico negreiro. Assim, ao indÃgena não restou outra opção senão a resistência armada e desigual, contra um inimigo que já dominava as armas de fogo.
Alguns momentos dessa luta foram marcados pela proibição da escravidão vermelha. Exemplo disso, foi o ato do papa Paulo III, de 1537, que pela primeira vez declarava ilÃcita a exploração do trabalho indÃgena. Seguiram-se outros no mesmo sentido, sempre apoiados pelos jesuÃtas, e desrespeitados pelos colonos, com as chamadas guerras justas - uma exceção prevista na legislação - em que se atribuÃa sempre ao Ãndio a primeira agressão. Além da abertura legal, os colonos contavam com as rivalidades entre as tribos, que impediam a formação de alianças contra o inimigo comum.No século XVIII, o Marquês de Pombal aboliu a escravidão indÃgena. O decreto de 1755 dava liberdade absoluta ao Ãndio, equiparando-o à mesma condição de um colono, e suprimia o poder dos jesuÃtas sobre as missões. Contudo, ainda no século XIX, eram decretadas as "guerras justas", prosseguindo, assim, a ação devastadora do branco, dizimando tribos inteiras e destruindo a cultura indÃgena.
Atualmente, a população de Ãndios brasileiros, agora denominados povos da floresta, está reduzida a menos de 200 mil indivÃduos, a maior parte desenraizada e sem identidade cultural.