May 2021 6 20 Report
Sombra simples mente?

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As sombras não tem nome. Não têm vida, diz-se.

Suspeito, porém, sem querer estar certo,

que são a parte sóbria de nós mesmos.

Não riem, não se embaraçam nem nunca ficam tristes.

Nunca as vi postadas diante de um espelho,

nem nunca soube que esperavam por alguém.

Elas falam, mas só quem ouve é quem nelas presta atenção.

escorridas nas coisas, pisando traços no chão.

Ontem quis retratar-lhe a silhueta com riscos na areia,

furtiva, medrosa e ágil sempre se esquivava;

Eu olhava o horizonte na tarde de sangue

e de soslaio vi que ela também mirava longilínea e esvanecente

Na reciclagem de fótons perdidos, descartados,

elas dão seu recado final, presença dos tangíveis

com suas mesuras, falsetes e ensaiados rituais

na resistência opaca e compacta dos entes materiais.

Lembro que muitas vezes invejei esse espectro

sem uma história que possa mentir para ficar melhor,

sem a aglutinação atômica que indague o que é ausência

e que transita entre as dobras das dimensões.

No entanto eu sei que devo estar atento

a todo o raio lúcido que chega das distâncias

entre essa incompreensão de ser e refletir,

feitos do agora estático e o dinâmico porvir.

Sensações que se projetam,

observadoras de si mesmas,

dúvidas que se auto-explicam;

razões, modelos, teoremas,

detectores de mágicos sintomas

somos, pois, eu e a sombra,

as mesmas monádicas substâncias preexistentes;

nadas que se sustentam; absurdos que são coerentes.

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♫ traços ♫

http://www.youtube.com/watch?v=c1fqg1akALY

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