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Minha amada parisiense,

Para ser sincero, estava encostado numa parede esperando o impacto emocional, que me causou esta sua chamada, ir embora.

É assim mesmo que funciona a emoção de um juntador de letras.

Quando se apresentam ocasiões como essa, o coração dele acelera, os órgãos se contraem, a mente sorri, por ter sido lembrada, o nervo ótico entra em estado febril, e o canal lacrimal tenta sustentar toda a avalanche que poderá vir, volumosa, ou apenas com 1 pétala orvalhada...

Então, o pobre pensador solitário necessita urgentemente ver o mar, mais de perto; assistir o por do sol, do cume de uma montanha e olha para o distante, bem distante, tentando imaginar o que encontraria além, depois de uma tempestade de areia.

Quando ele consegue sair desse transe, começa a balbuciar para a causadora deste tombo na areia:

Quando pensei ter visto todos os sorrisos,

lá vem você...

Quando imaginei ter visto todos os olhares,

lá vem você...

Quando penso ter visto todas as pessoas,

lá vem você...

Mas, quando quero pensar em você,

cadê você???

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Por isso é que volto a te perguntar, Salomé:

Por onde andam os teus pensamentos,

e têm se encontrado com quais outros???

Sem mais palavras...

Um beijo.

Moreno.

Olá Salomé querida,

Pois é, onde andará nosso amigo Moreno?

Não tive o prazer de ler muitos dos seus poemas, mas os poucos que li, me tocaram a alma profundamente!!

Então me junto a ti a chamar por ele: "Moreno, por onde andam seus belos poemas? Estás sem inspiração?"

Volte a cá, e venha nos agraciar com suas belas palavras, venha nos alimentar os corações, como diz Salomé, de nós 'pobres mortais'...

Beijos e uma boa noite!